Momentos

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

decisões

para este ano nada de planos, nada de escrever os 10 ou 5 desejos, aqueles que se vai concretizar; nada disso. A única coisa que quero fazer é Viver - suavizar a minha dor na aparente Felicidade, aproveitar os dias mesmo com o coração apertado, VIVER.
então que assim seja.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A Arvore de Natal

A chama da vela encobre o rosto carregado, a tristeza dilacera-lhe o peito; não sente as batidas do coração, um vazio estranho corroe-lhe por dentro; sente-se só.
Não tem forças para rasgar o pensamento e atirar para bem longe, como se nunca tivesse existido, como se afinal fosse tudo uma mentira, um pesadelo, uma brincadeira de mau gosto. Sente-se só.
Como queria ouvir uma voz amiga, num abraço sussurar-lhe «vai ficar tudo bem». Provavelmente é mentira mas, nessa hora é o que mais precisa. Sente os seus braços ao seu redor, sente o calor do seu corpo e a sua própria voz irrompe «vai tudo c...» sufoca, as lágrimas teimam em afagar-lhe o rosto até chegar ao coração. Sente-se só.
Era suposto hoje fazer a árvore de Natal, uma tradição na família desde que se lembra. Dia 6 de Dezembro faz-se a árvore de natal e dia 6 de Janeiro desmonta-se; tudo em família. Sente-se só.
As forças esvaziam-se do corpo, do pensamento, do bater do coração. Ir a arrecadação e trazer tudo para a árvore de natal? «para quê?»; é suposto o Natal ser magia; é suposto no Natal recebermos presentes e não más notícias, punhais para toda uma vida espetados profundamente no peito; «ser mãe é uma dádiva e eu não tenho direito a ela» «porquê?» Não há respostas e isso doi mais. Sente-se só.
Beija silenciosamente a chama da vela no segredo da noite. Sente-se só.
Pareciam badaladas do relógio na torre de um edificio antigo no meio da praça, eram insistentes acompanhadas por risos cumplices e schius mais fortes.
Apesar da vontade do corpo de se afundar no sofá, algo a fez levantar e dirigir-se para a porta onde os schius eram mais fortes e os risos e vozes desordenadas. Entraram de rompante e foram espalhando casacos e cachecois, e telemóveis e malas, pelo hall, pela sala e misturando palavras em frases imperceptiveis por falarem todos ao mesmo tempo.
Olhou-os ainda sentindo o peso do rosto enrolado pela dor.
- onde está? - perguntou uma
- onde está o quê? - a voz sumia-lhe.
- sabemos que está lá em cima na arrecadação, queremos é a chave da arrecadação- foi a vez de um outro dizer enquanto uma abria gavetas, fechava, e espereitava até que fez-se luz
- já sei, está .... - e uma foi-se encaminhando para a portinha da luz - aqui. Bute. E tu - apontou para um outro - toca a arranjar lugar aqui na sala.
E uma com o outro sairam fechando a porta com um estrondo e rindo e misturando palavras.
Outras e outros remexeram a sala, e um outro espreitou os cd's escolhendo uma música animada. Alguém abriu a janela, outro alguém puxou o sofá. E falavam e riam.
- a tua máquina? ah não respondas sei onde está.
Começaram os clics e as mini-filmagens amadoras e as gargalhadas misturaram-se na noite.
Foi descoberto o lugar proprício para a grande obra: no canto, onde se via toda a sala, e a janela, as estrelas, a noite.
Chegaram os dois da arrecadação com o mesmo estrondo com que foram trazendo caixas e sacos e...
E todos meteram mãos a obra: luzes, bolas vermelhas, douradas, bonecos, fitas... espalharam pela sala e hall.
Ela ganhando coragem miudinha pregou o pequeno bonequinho de boas festas no lado de fora da porta, com aprovação de todos «assim sim» «lindoooo»
A Arvore de Natal aos poucos foi-se compondo de cor, de luz, de Amizade, de Carinho, de Ternura, de AMOR. Sim, ela sorriu «ai está a verdadeira Magia de Natal».

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

o mais certo é amar

«o grande desafio é lembrar-me o tempo todo da minha pedra preciosa dentro de mim.»

«no mundo existem pessoas que têm o dom de nos roubar e outras de nos devolver»

«a minha palavra, você pode não entender, mas o meu olhar você vai entender sempre»

«um amigo d everdade tem a tarefa de ultrapassar a maquilhagem»

«amar é mudar de coração, é ir morar no coração do outro»

«nem a dor nem a alegria pode ser vivido sozinho»

domingo, 28 de outubro de 2007

em contagem decrescente .... 5...4....

sinto-me cansada, não fisicamente nem psicologicamente, sinto-me cansada da minha vida, da minha ininterrupta questão. E fico naquela base de baixa estima interior, oh sim porque o meu rosto é um enorme sorriso; o meu corpo é música, dança, energia; toda eu Alegria.
por dentro... bastava apenas alguns comprimidos, ou se fosse corajosa um golpe fatal. Que faço aqui? E a contagem não pára, e o 'copinho' NUNCA foi 'cheio' , uma só tentativa, porque não? Não mereço :(
Não liguem, é a dor a falar...quem sabe, um dia... quem sabe!?!
Estou cansada, só isso!

domingo, 16 de setembro de 2007

Fácil de entender???


The Gift

«....não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender»

mas afinal não é! Ou é mas não tem de ser!?!
Comigo é sempre assim : não é, nunca é!
Só sirvo para ser a Amiga , aquela grande amiga que escuta, que sorri, que compreende, que desculpa, que está sempre presente, que elogia, que aceita... que está ali sem restrições....

e eu? quando direi: (?)
«Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou,
e se ao menos tudo fosse igual a ti»


Estou cansada... era tão fácil terminar tudo, mas penso demais principalmente no equilibrio emocional dos meus lindos tesouros (meus sobrinhos).
E eu?

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

I believe in you & me

Whitney Houston

domingo, 2 de setembro de 2007

Canção do Engate - António Variações

Tu estas livre e eu estou livre
E ha uma noite para passar
Porque nao vamos unidos
Porque nao vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estas só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mao aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mao deserta

Vem que o amor
Nao é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te das

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que ja nao vem
E a esperanca foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

onde?

encontro inspiração nos meus tormentos
e escrevo palavras silenciosas e vagas.
Sorrio ao dia que me acorda,
procuro em mim o melhor dos rostos para os outros
e o melhor dos abraços dos meus braços em meu redor.
Procuro sorrios e olhares profundos,
por vezes encontro onde menos espero.

um tombo

- tens andado meio distante.
- distante? é talvez...
- que se passa?
- sabes, achei que estava peparada para enfrentar certas situações e, no final, quando acontece, sinto-me de rastos, como se me tivessem arrancado tudo cá dentro, uma dor tão forte que parece que me falta o ar. Uma vontade de fugir de tudo que me liga a isso. Infelizmente tenho que lidar com isso todos os dias e é-me muito pesaroso...
- estás assim por causa d...
- de nada
- pensei que...
- não digas. Há coisas que não se devem dizer apesar de sabermos do que se trata.

Não sou não... mas...

Quando era mais nova a minha mãe dizia-me “Não és Deus minha filha, não podes curar o mundo, salvar o mundo...” mas foi isso que fiz toda a minha vida : tentei (tento) ser Deus. Salvar todos e tudo, fazer e querer ver as pessoas felizes, tirar a dor a tristeza,... e eu? Esqueco-me de mim. Esqueci-me de mim.

Quem preenche o meu vazio 3.8.?

Monstro

Esta semana senti-me (sinto-me) ferida, magoada, triste, infeliz, um caco, Nada.
Uma dor aguda insiste em morar no meu peito, de bagagens e tudo.
Doi tanto, como se o mundo fosse acabar hoje. E se fosse só para mim, não me importava nada. Que faço por cá? Nada! Oh, sim faço sim: sofro, sinto-me infeliz dia após dia. Preciso de carinho, de abraço, calor humano, de partilhar silêncios e sorrisos... Nada! Nada tenho!
Irrita-me e entristece-me quando a minha volta o pessoal tem 'manias' : zangam-se com os namorados por merdices, fazem um bicho-de-sete-cabeças com pequenissimas e insignificantes coisinhas; têm pretendentes - é só escolher - e fazem manias;
Não consigo olhar para o meu corpo pois doi muito vê-lo intocável. São muitos anos. Longos e dolorosos anos. Tive um ou outro precalço (o que são minutos descompassados numa vida toda?) e o que aconteceu? Oh novidade: Nada!
Serei um Monstro? Serei assim tão desinteressante? Feia? Invisivel?
Porque não tenho ninguém? Porque não se aproximam?
Estou cansada de ser Só.
Algumas daquelas amigas dizem "oh filha tenho um vibrador" "não te masturbas?" "eu sem sexo, trepava paredes".... não me toco, porque a dor do vazio é enorme. Não me toco porque depois... não há nada. Não me toco porque é sinal de que só isso me resta, então não me toco porque Doi ter que aceitar isso. Não tenho nada a pilhas ou algo do genero, pelo mesmo motivo: Doi o vazio.
Serei um Monstro? Não mereço ser Mãe? Companheira?

era tão simples, bastava uns comprimidos
mas que mania de pensar nos outros
- doi pensar que aquelas duas pestezinhas pequeninas ficassem sem a tia :(

domingo, 26 de agosto de 2007

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

como me sinto?

- hoje? Quem quer saber?

estou a ouvir Chill out music
estou vazia, terrivelmente vazia
estou que não estou, a flutuar sem estar
a rir sem sorrir, sem expressão
a chorar sem lágrimas, muita dor

who cares?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007





segunda-feira, 6 de agosto de 2007

sem rumo...

nao vejo, não sinto os pés firmes
e dói, machuca, rasga por dentro
na violação impiedosa dos sonhos de toda a vida

queria ser leve
queria voar
queria ser muito leve

doi como se tudo fosse assim
só, sem dó, sem folga
doi como se o fundo navalhado
se afiasse sempre à minha chegada

queria ser leve
queria voar
queria ser muito leve

para seguir um qualquer outro rumo.....

terça-feira, 19 de junho de 2007

Post it (8)


O único refúgio que preciso
é o teu amor


serei eu velha
mas não avó?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

só te quero dar amor sem fim

e no teu sorriso não me deleito
e no teu olhar não me derreto

e a tua pele não cheiro
e o teu coração não oiço

e ‘minha vida és tu’ jamais direi
e ‘mamã’ jamais ouvirei

e…. lágrimas sentirei
e dor no coração terei

(foto tirada da net)


sábado, 9 de junho de 2007

como uma gota de água


caíram desproporcionais no meu rosto sem eu pedir, sem eu desejar
doía forte no peito e era suposto elas limparem-me a alma, o rosto, a dor no coração
a dor é mas forte do que a vontade de sorrir, de continuar, de acordar;
refugiar-me naquele aconchego único, que só me ficará no imaginário
não saber sentir tão pertinho, confundindo-se os cheiros, o bater do coração



(foto de Geisa)

domingo, 3 de junho de 2007

hoje...a lua lá fora

está cheia e envolve a noite numa melancolia que dói no peito, na alma, no coração.
Nem todas a conseguem ver realmente, olham para ela mas não a vêm. Sinto-me assim por vezes – a maior parte – estou em todo o lado mas em nenhum especial. Queria ter um olhar especial, mas… provavelmente numa outra lua, numa outra era, quem sabe?


sinto-me.... sozinha no meio do universo.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

GraveDigger

Dave Mattews Band
Gravedigger
When you dig my grave
Could you make it shallow
So that I can feel the rain

quinta-feira, 3 de maio de 2007

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Se eu me bastasse

fugiria para sempre
para algum lugar longe do mundo
- longe de mim?

se eu me bastasse
largaria as correntes
soltaria um grito
- seria feliz?

quinta-feira, 19 de abril de 2007

so easy


não é preciso muito

não peço muito

não é preciso muito

não quero muito

não é preciso muito

Hoje... nem por isso

- oi. Tas bem?

- olá meu lindo colação, hoje nem por isso! e tu? já vi que sim “Oh Happy Day”

- é a musica....conheces? …………… hoje vou jantar com os colegas; até vim bem disposta; preciso de espairecer. kres vir? e damos um pezinho de dança...

- olha k é uma boa ideia. guttei

Mais tarde:

- pst!. como tas de finanças? tás à vontade?

- why?

- por causa da janta....20/25€.....tás disposta a gastar.....??

- pois, nope! os 15€ ainda é como aquele "é só uma vez"… e prontUs

- pois... é mais um "cadinho"...

- não, é mais 5 ou 10, e depois a saída dançar ou bar nunca é menos de 10

- deixa lá. fica p next

Pois L

Hoje , nem por isso estou bem. Acordei com uma dor forte no coração. Acordei triste… triste?

Como estou? Como me sinto?

Triste? Não sei bem se é tristeza. Talvez seja decepção. Decepção comigo mesma, com a minha vida, com o meu destino. Decepção comigo mesma por não saber o que se passa comigo, porque não consigo ter um abraço, carinho. Decepção comigo mesma por saber que não tenho hipóteses de ser mãe. Decepção comigo mesma por ser inculta, desinteressante. Decepção comigo mesma por sentir que viverei sozinha, sempre. Decepção comigo mesma por pensar demais nos outros, em como se sentirão na tua ausência (se eles nem sentem a tua falta… cadê telefonemas? Só para saber como estás). Decepção comigo mesma por continuar a sorrir e não conseguir ser de outra forma mesmo com tanta dor cá dentro. Decepção comigo mesma por sentir o coração apertado e não conseguir pedir ajuda não por medo, não por vergonha, mas por saber que a dor aumentará se o fizer porque as pessoas não se sentem confortáveis em confortar-me. Decepção comigo mesma…. Talvez seja mesmo isso.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

nestes dias...

Quando cá cheguei ainda vinha com o espírito angolano: juntava pessoas em casa para almoços, jantares, lanches, combinava passeios, praias. Com o tempo as pessoas ensinaram-me a pôr-me no meu lugar, que é Fora da ‘Família’, a Máfia portuguesa. Não pertences ao gang, à ‘Família’, estás foxtrot. Cá as pessoas têm que ser apresentadas ao grupo (‘Família’), “esta é a”, caso contrário não fazes parte da ‘Família’. Não podes chegar simplesmente e dizer “eu sou a”, pega mal, não és aceite, és mesmo posta de parte.
Doeu muito de início, senti-me perdida, triste, ignorada. Mas com o tempo fui-me habituando, como sempre. Habituando a ser sozinha numa sessão de cinema, numa peça de teatro, num espectáculo. Agora não dói muito, agora dilacera-me.
Acho piada (ironicamente falando) quando dizem:
- como vais conhecer pessoas se não sais.
Que piada, estou contorcida de tanto rir. Eu saio, sim. Sozinha. Vou ao teatro e ao cinema, vou a espectáculos, passeios. Sozinha. Cansei de convidar. Custa mais quando estamos a contar com alguém e no último minuto uma mensagem ou um telefonema “desculpa, fica para a próxima”
Outra é: “Temos que combinar”, um clichet que também faz parte da ‘Família’, como quem diz “esquece ….”.
Sabem o que mais me entristece? É situações como a que me senti há pouco tempo. Daquelas pessoas que gostava de poder partilhar filmes, saídas simpáticas, mas que nos últimos anos (seis, sete) tem-se desviado á ultima da hora “desculpa amiga, eu não vou poder ir, não estou bem”. Eu respeito isso. Ninguém é obrigado a estar connosco, a gostar de estar connosco, cada um de nós tem a liberdade de fazer seja o que for. Mas, quando nos dizem “tu continuas a ser a minha grande amiga”, nós acreditamos e continuamos a dar o tempo que a pessoa precisa. Quando de repente um encontro casual no centro comercial e um comentário do tipo “estava em casa quando uma amiga ligou pois precisa falar”, e eu acabara de a apresentar ao meu colega, como “esta é a uma das minhas melhores amigas”. É um choque, uma forte pancada. Que fazer? Seguir em frente, que remédio.
Eu só queria companhia para ir ao cinema, uma companhia que eu gostasse, que eu sentisse carinho, uma Amiga.
Afinal de contas eu sou amiga mas…como diria alguém: procurámos os nossos próprios problemas e no meu caminho só aparecem pessoas com problemas, a procura de apoio porque sabem que comigo terão Todo o apoio, a compreensão, a ternura, o carinho. Sentir-se-ão seguras enquanto precisarem. Pois, tens razão é verdade, provavelmente só capte para mim esse tipo de pessoas. Não sei o que fazer para ser diferente.
Sinto-me cansada há uns anos para cá, sinto-me perdida em mim, não sei como sair dessa agonia interior. Por fora, só o brilho dos meus olhos e o meu sorriso prevalecem.
Hey não pensem que estou a ser ingrata aos meus grandes e adoráveis amigos, porque sim TENHO grandes amigos sim. Ou pensavam que não??? Tenho grandes Amigos sim, a maior parte em Angola (Luanda e Lobito) daqueles que são do peito, tipo irmãos. E uma Grande Amiga cá, ela sabe, é loira mas sabe disso. E tenho grande amigos das 9 às 18, de 2ª a 6ª e são todos eles uma Dádiva para mim. Principalmente os meus pais, manas e sobrinhos. Acreditem.
Só que nenhum consegue dar-me um abraço, deixar que eu chore até não aguentar mais e que me diga “vai tudo correr bem” (aquela grande mentira mas que é tão bem-vinda naquelas alturas, como se nos desse coragem, como se nos confortasse sabermos que tudo vai correr bem, não sabemos como mas vai).
Todos temos os nossos problemas e eu, mais do que ninguém, sei respeitar a dor e o momento dos outros, quem me conhece sabe disso. Posso estar de rastos mas os outros estão em primeiro. Sorrio e faço palhaçadas para o bem estar geral. Detesto o papel de coitadinha. Mas quero tanto um abraço, alguém que me embale e diga “vai tudo corre bem”, ou simplesmente esteja ali em silêncio mas que eu sinta que eu oiça outro coração que não o meu. Que eu sinta outro calor entre o abraço, que não sejam só os meus braços a minha volta.
Faço alguma lógica? Sei lá, nem me importa.
Estou triste nesta semana Santa, sozinha. Por escolha? Sim, porque sinto-me vazia e a obrigação de ir ter com pessoas que querem ver-me a sorrir, a brincar, a dizer baboseiras; que não suportam que exista outra pessoa com problemas e que esteja calada; que só essas pessoas têm o direito de sentirem necessidade da minha atenção, da minha força, das minhas bobagens, para se sentirem melhor; não tenho forças para tal, Porque preciso, sim eu preciso de me sentir pequenina no colo a ser embalada, não aguento mais embalar Todos, os meus braços estão cansados, o meu coração está pequenino, cansado.
O telefone não toca, não faz mal.

Há quem possa vir a dizer "assim afastas as pessoas"...eu só posso dizer: só podemos afastar (ou não) quando existe uma aproximação....

Isto tudo porquê? Este fim de semana sonhei com uma bebé, vezes seguidas, sonhos diferentes...mas ela estava sempre lá e eu... a embalar, a cantar, alí para ela. (a PS disse-me uma vez "será que a bebé que sonhas várias vezes, não és tu?")

segunda-feira, 2 de abril de 2007

qual o propósito?

Em dias de poucas ondas, deito-me desfeito leito de noites entre mal dormidas a não dormidas. Os fins de semana passam sem deixar rasto e a apatia renasce das cinzas. Qual o propósito das coisas? Qual o propósito da tristeza? Do aperto no peito? Da solidão imposta nas mãos atadas? Qual o propósito de tudo isso? Que quer dizer? Qual o fim? Chove lá fora mas cá dentro chove mais ainda. Não há forma imediata de interromper a chuva interior, de impermeabilizar cada gota que dói, marca, como marcas de cigarros apagados na pele cansada. Já lá foi mais uma noite, mais um dia, e não há resposta para a pausa prolongada de uma espera inacessível. Onde está a coragem? Está nos olhinhos pequeninos que sorriem e abraçam com força num dia de aniversário, na Páscoa, no Natal. Sim, eles são toda umA força. Eles são todO um despertar mesmo que seja só por momentos sazonais do ano. Qual a dúvida que nasce constantemente? Qual a crença? Qual a solução? Para que serve tudo isso? Por quanto tempo mais a espera? Será que vale a pena a espera e os olhinhos pequeninos que sorriem num dia de aniversário…? E de noite onde eles estão? E quando a dor no peito aumenta onde estão os bracinhos pequeninos que apertam descomunalmente num Amor maior que tudo? Qual o propósito de uma luta e longa espera?

Vampigos - a raça!

Caída, sem força no corpo! Embalo mudo no silêncio de uma vida. Crer, pensar que sim, e no final, nada existe. Amigos? Onde estão? Que gente é essa? Sugam! Sim sugam. Incansavelmente, sem pressas, sugam. Não deixam gorjeta nem um sinal. Aparecem para sugar num acto vampírico de quem só sabe fazer isso, de quem precisa só disso para sobreviver. Eles existem, andam por aí. Todo o mundo os vê, mas poucos os que sentem incondicionalmente vontade de dar algo. Poucos os que contam minúsculos espaços no tempo em que eles apareceram sem ser para sugar. Porque eles só sugam, o sorriso, a força, o abraço, o amor, o carinho! Sugam a paciência, a compreensão, a Amizade. Em troca deixam o vazio de uma espera. Deixam a toalha desalinhada e é também assim que sabemos que por lá passaram. E esse sentimento de vazio.
Quando o sangue já de nada serve, a indiferença surge, o esquecimento, a falta de tempo. Ou simplesmente………………
Amigos esses Vampiros que estão em todo o lado, sobrevoando a cidade nas nossas cabeças.

Sou eu, só Eu

Que se passa? Os insensíveis perguntam! Os intocáveis impacientes! “Que se passa????” simples: cansaço. Aquele profundo e incomodo cansaço que nos impede de sorrir por dentro, e – para as pessoas corajosos, como eu – sempre sorrindo para fora. Força ai, miúda, um dia – quem sabe? - saberás o que fazer. Verás que vai ser mais fácil porque vais parar de pensar nos outros e olharás para ti com olhos mais críticos do que sempre foram. Verás: Sou eu! Nada mais importa, Sou eu, só eu! Quando acordares nesse dia ou noite, saberás, sentirás e irás sorrir por dentro. Irás saber o que é sorrir sempre para dentro como sorris para fora tantos anos. Mas sabes? Sim sabes do que falo, das vezes em que o teu Eu interior Sorriu como por magia. Algumas vezes. As últimas muito recentes mas distantes para ti: 7 anos e 5 anos atrás. Quando o teu coração sentiu pertinho o bater dos coraçõeszinhos daqueles que te fazem sorrir sempre. Só eles te fazem sorrir como um dia irás sorrir sempre, sem nunca mais parares de sorrir mesmo que as lágrimas se juntem, mesmo que os soluços se juntem, jamais deixarás de sorrir. (Tu, quer dizer, Eu sinto a falta dos meus sobrinhos. Cada dia uma eternidade.)
No caminho que segues – se é que é um caminho – tropeças em pedras que estão lá por algum motivo – e até é bom que assim seja, dizem que se alcança a sabedoria desta vida quando conseguimos ultrapassar as pedras que nos enfrentam – mas só me lembro de ver pedras no teu dito caminho, cada vez mais enormes e afiadas. Oh, dizem os sábios, é uma lição de vida…. Mas tantas? Quando é que acabas o curso? Estou cansada de estar aqui a espera desse dia. Bolas prá ti pá

quarta-feira, 21 de março de 2007

sonhos...o porquê dos sonhos


hoje sonhei com dois amigos de Angola, do ballet.
um deles já falecido (infelizmente).
E lá estava ele com o sorriso no rosto - aquele sorriso!
"mas tu já morreste" dizia eu e ele sorria.
O estranho foi o meu outro amigo ter dito "Agora estou eu"....

Sinto-me estranha hoje, provavelmente pelo sonho de hoje, ou não!
provavelmente pela falta de algumas pessoas (na chamada "esta vida")
ou simplesmente não há explicação.

Meu querido Lima se estiveres comigo em pensamento, já sabes que te mando aquele Kandando e aquele Beijo.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Eu...


Nunca me preocupei com questões
“como vim?”,
“para onde vou?”,
sempre rejeitei a minha existência, atropelei a minha própria felicidade.
Esforcei-me tanto para ser aceite.
Descobri que afinal de contas, nasci para ser diferente.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Namorado procura-se


e se numa noite de inverno... ('um viajante' diria Italo Calvino)... num jantar qualquer, entre amigos - daqueles jantares com uma boa razão humanitária:) , diria antes "bem programados/arranjados , como quem não quer a coisa" - ... se acontecesse o tal momento, aquele momento em que duas pessoas se encontram e sentem que precisam partilhar momentos juntos, sorrisos juntos, passeios juntos, conversas e discussões sobre política e futebol...
se numa noite de inverno eu me visse sem receio, sem medo de perder antes de tudo;


o que é certo é que deveria começar com o jantar despropositado de amigos.... e isso é outro impossível!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

se vivesse em 'grupo' - coisas que não tolero


não necessariamente nessa ordem:

* usarem (dormirem) na minha almofada
* usarem qualquer das escovas (dentes, cabelo)
* beberem pela garrafa - de todos
* beberem meu copo
* usarem meu desodorizante (é stick)
* 'partilha' de qualquer tipo de roupa interior


Atenção:
* depois de usarem a wc lavem o que sujarem, deixem as coisas limpas
Para mim, a wc e o quarto são sagrados & muito intimos.

sábado, 2 de dezembro de 2006

Amigos...



Por vezes sentimos que as nossas forças se esgotaram e nessas alturas o nosso olhar percorre o vazio que nos rodeia... é muito giro "uma amizade é como uma flor, temos que tratar dela etc etc"... eu rego, trato, falo - sempre fui a organizadora de encontros, de telefonar, de escrever, de saber como estão, de tirar de casa para verem o sol quando estavam em baixo, de os puxar para cima, de dar aquele empurrãozinho quando as forças se esgotam, de dar aquele abraço, de partilhar aquele silêncio, sem me pedirem, Dar por Dar de coração e sentirme feliz por estarem bem, de ver o sorriso de novo... eu não pensava no que eu precisava mas do que eles precisavam....
E quando preciso de um abraço..... os meus braços envolvem-me, as minhas lágrimas acariciam-me e a dor no coração......
Não cobro, não, só sinto uma enorme tristeza, quando somos precisos tocam-nos à porta, quando deixamos de estar disponíveis... deixamos de existir! é triste saber receber e não saber dar.
Enfim!

Cacao (há 27 anos que nos conhecemos:))- amo-te minha 'filhota', e esse amor é infinito, foste o que de mais próximo tive de saber o que é ter um filho: desde que entraste lá para casa, pequenina, rechonchudinha:) tão linda; mudei-te as fraldas, dava-te de comer, cantava-te com a mão dada para adormeceres, abaçava-te com todo o meu amor..... Vives a tua vida e eu sinto uma enorme felicidade a pairar pelos lados de Lyon :)

Lourdes (há 24 anos que nos conhecemos)- a silenciosa L., muito timida, sempre no seu canto. Hum esqueceste-te dos meus anos este ano... a distância tem dessas coisas?

Nelo (há mais de 25 anos que nos conhecemos)- o meu melhor amigo, há 3 anos que vem a Lisboa e só me liga quando chega e quando vai... desapareceu, não dá notícias, não sei como está, não tem mail, nunca está em Luanda (camionista), não sei dele...

Sãozinha (há 12 anos que nos conhecemos) - uma irmã de coração, uma amiga que nunca pensei vir a ter, a distância faz-me sentir mais que a falta dela, faz-me falta a sua sabedoria, o seu carinho, a sua ternura, aquela que me sente e sabe como me sinto...

Paula S (há 8 anos que nos conhecemos) - e eu diria que é uma continuidade da Sãozinha, muitos silêncios partilhados :) mas ela foi-se distanciando e eu respeito isso, quem sou para obrigar alguém a ficar ao pé de mim? o que precisava dela? é simples : uma companhia para caminhar, para ir ao cinema, para falarmos da utopia da vida... mas, ela está a caminhar a maneira dela e isso não me inclui, tenho que respeitar.

Cristina B (há 7 anos que nos conhecemos) - é daquelas pessoas cheias de luz, de ternura, de amor. é admirável!

Loira (há 6 anos que nos conhecemos) - é uma Amiga sim, eu sei que é a maneira dela! daquela maneira que não sabe onde por as mãos, os pés, o olhar, 'se é para falar o que dizer?', é muito boa a receber e não sabe como dar; exige muito, nada lhe chega, quer mais e mais; por vezes cansa-me mas estou habituada as birras e tento passar de lado; mas quando estou cansada, ela não sabe o que fazer e perguntar "o que se passa?" e não saber o que fazer é muito complicado não é? por vezes saber partilhar o silêncio da outra pessoa é muito mais do que perguntar "o que se passa?". De coração: a minha grande Amiga. Indiscutivelmente. Adoro-te.

JP (há 6 anos que nos conhecemos) - é daquelas aves raras, bem é do Benfica:)

Kareka (há 5 anos que nos conhecemos) - é um amigo que está sempre no coração, que dá aquilo que pode e o que pode é muito..

Ricky (5 anos que nos conhecemos) - um 'filhote' a maneiras, um rock com um coração cheio de amizade, é daqueles que gosta de ver todos a volta da mesa na conversa da treta - claro:)

Catita (há 4 anos que nos conhecemos) - é uma Amiga sim, de 2ª a 6ª das 9h às 18h. Mas vale isso do que nada, não é? E, aquela que sabe dar um abraço, um olhar de ternura. Um xi coração com muito carinho. És um ser humano fantástico. Desejo-te tudo o que de melhor há. ès linda, linda!

Pois é a minha vida é composta por pedaçinhos de migalhas, e se não as aproveito, nada resta.

o que pedi ao Pai Natal?


o que tenho pedido há 3 anos...
e vou ganhar? - Não, que ideia, eu não mereço, não é?
Se o Senhor lá em cima acha que não sou merecedora de um amor desses, se acha que eu não mereço ter alguém com quem partilhar os dias, as alegrias, fazer planos de viagem, de passeios, partihar silêncios, ouvir a voz do coração... Se o Senhor não me considera merecedora de menos dor no meu coração, como é que os terreos agirão? serei eu que os vou obrigar a lembrarem-se que agora sou eu quem precisa? serei eu que os vou obrigar a lembrarem-se de mim - eu tenho quebrado a minha normalidade, não tenho telefonado mais do que 1 vez por ano desde há 3 anos, não tenho enviado mais de um mail por ano... e só recebo cobranças "nunca mais disseste nada" desculpa??? Comunicar = tem dois lados , no mínimo é DAR e RECEBER, não é????
Mas quem sou eu para obrigar alguém a faezr seja o que for???? - se o Senhor acha que eu não mereço, os Humanos deverão agir de forma diferente?
O que estou aqui a fazer? É simples, não é por falta de coragem, isso tenho, é por dois motivos (meus sobrinhos - amo-os demais para dar uma tristeza numa infância que está a ser equilibrada - já que a minha foi tão conturbada; e a mãe e consequentemente irmãs, porque a minha mãe ia-se abaixo e com ela as manas...)
É esse o retrato da minha vida: Migalhas Afectivas & Pensar nos Outros

Ser Mãe? Há 3 anos que tenho esperado respostas. Ao longo desse tempo já falei com 7 pessoas (homens claro), se estariam dispostos a ircomigo numa viagem diferente: "não sei como fazermos mas qual seria a probabilidade de me ajudares a ser mãe?", as respostas foram positivas ou quase isso, mas até agora nenhuma outra manifestação se fez sentir por parte de nenhum deles (por não tre tempo por enquanto, porque vai pensar, pois temos um assunto pendente...), fora a parte mais dificil de todas: eu... será que serei capaz de conseguir esse sacrificio? só de pensar em qualquer uma dessas pessoas na tentativa de...dá-me uma volta em todo o meu ser que me sinto a desistir - só de pensar, imagine-se quando for... e se for, seaté agora nada aconteceu:(
Como eu disse: se o Senhor não me acha merecedora.....

porque mudei?


porque estou a escrever tudo isso? - é o que sinto- e : está mais que provado que ninguém aparece por aqui para ler o meu coração, a minha alma. Portanto estou-me nas tintas (passo a expressão) para quem me voltar a dizer "o teu blog é muito deprimente", ele sou eu e há aqui outra coisa:
Deprimente , vem de deprime e vejam isso:
  • do Lat. deprimere
  • v. tr., comprimir de forma a deixar depressão; abaixar; abater; debilitar; humilhar, aviltar; depreciar, menosprezar

  • hummm deixa-me cá ver: eu não me mostro abatida, tenho um sorriso e uma boa disposição matinais de meter inveja qualquer um; apesar da carga que carrego dentro do meu coração estou sempre com este sorriso e pronta a ajudar seja quem for, a levantar a moral "só mesmo tu para me fazeres rir numa altura dessas" - é o que mais oiço e embora o meu coração esteja todo estilhaçado, vou buscar forças para levantar a moral seja de quem for, espalho a minha ternura para todas as pessoas que gosto sem qualquer cobrança, porque gosto delas e só quero que sejam felizes, eu mudaria o mundo só para as ver felizes. Não deprecio ninguém, tento fortalecer, incutir alto grau de auto-estima (tu consegues, tu és linda(o), tu és forte, vai a luta) - como é que posso ser deprimida????

    estou é cansada, não Vês? cansada de esperar por um abraço sem ser o meu, por amor....

    face a isso, vou repetir : escrevo o que sinto! e se fossem realmente meus amigos saberiam disso e entenderiam, e aproveitavam para conhecerem-me melhor nunca se sabe o dia de amanhã não é?
    eu tento sempre dizer o que quero às pessoas importantes para mim, sem ficar para depois, quando estão ao pé dou um abraço bem apertado para sentirem o meu coração a falar com elas "eu gosto de ti", eu digo "eu gosto de ti", ... quem este ano ainda não me ouviu dizer isso? (só se não te vi ou não falei contigo). Mando mensagens telemóvel a dizer "estás no meu coração", escrevo poemas e envio.
    Eu faço-me presente nas vossas vidas, e vocês acham que estão presentes na minha? sentem isso?
    Não se esqueçam, este blog sou eu, e um dia posso não estar aqui... é duro o 'ser tarde para', não é?

    Beijo no vosso coração.

    quinta-feira, 30 de novembro de 2006

    o MEU blog


    A minha irmã perguntou-me esta semana " só eu é que passo por aqui?" e eu respondo: SIM!
    E termino:
    • era suposto, inicialmente, escrever para os outros (vocês) lerem; então eu tinha o cuidado em não ferir susceptibilidades e sensibilidades – sim, porque houve quem (há um ano, quando comecei) tivesse dito que o meu blog era muito deprimente;
    • o que acontece é que um ano depois de mostrar muito do que eu sou, de ‘desnudar-me’ em palavras e imagens, ao fim de um ano, não houve nenhum amigo que tenha passado por aqui mais de uma vez (excepto 3 amigos blogante que passaram algumas vezes) e a minha mais querida das queridas, a minha maninha mais nova que passa todas as semanas / sempre que se liga a net.
    • O que posso concluir daqui, e é o retrato da minha vida:

    * Eu dou e não recebo em troca;

    * Eu cuido, oiço, amparo, abraço, olho, … e não recebo em troca:

    * Eu estou presente e…. do outro lado o meu abraço de volta.


    EXCEPTO aqueles que estão sempre lá e sempre estarão : pai, mãe, manas e os meus lindos sobrinhos.
    Portanto: o blog é meu, é a minha alma, e eu sou assim... não sei ser de outra maneira. Pena as pessoas serem muito egoistas e acharem que elas merecem tudo, os outros... são fortes aguentam!

    sábado, 25 de novembro de 2006

    End of the Road


    há dias li no blog de um amigo A. um desabafo que me deixou a pensar durante algum bom tempo (dias)!

    Quem somos nós para julgar seja o que for, seja quem for? Podemos revoltar-nos face a situação mas julgar? Não perdoar?
    Nós não estamos dentro da pessoa, não sentimos o que ela sente, o que a magoa, fere, maltrata interiormente, a leva a loucura. Não sabemos o que pensa, o que vê, a sua força, a sua paixão, os seus limites.
    Sentimos revolta porque não vamos ter mais a sua presença, o seu olhar, o seu sorriso, a sua voz, a sua maneira de andar, de beber café, de contar uma anedota, … somos tão egoístas porque queremos as pessoas ao alcance da nossa mão! Somos egoístas porque só os nossos problemas são-nos pesarosos e só nós sabemos o peso que carregamos… - claro que sim, daí o facto de não podermos julgar ninguém.
    Serão essas pessoas cobardes? Serão corajosas? Serão loucas? - Só porque desistiram????? Só porque não pensaram nos outros, na falta que lhes vão fazer???
    Quem somos nós para julgar seja quem for?
    Não sabemos nada de nada, não sabemos que essa pessoa sente que chegou ao fim, que não tem razão para viver, nada mais vale a pena, é como se fosse um vegetal andante, que se move ao sabor das ondas; um vazio preenche o peito, a dor no coração; não está a fazer mais nada, não há mais nada; e vive…

    • vive pela fraqueza da mãe - que não aguentará a sua falta, por ser uma pessoa vitima da sua própria vida, por viver na base de chantagens psicológicas devido ao seu egoísmo normal do ser humano; que irá manipular a vida das restantes filhas pesando-as com o seu desgosto; quando se ama não é suposto ver o outro feliz?
    • Vive pelos sobrinhos – por querer que tenham uma infância feliz, sem contratempos, sem uma má experiência; porque os ama tanto!
    Valerá a pena viver com uma dor tão grande que aumenta dia após dia; pensando sempre nos outros decide viver??? Valerá a pena? Para quê?
    Portanto meu querido A. não sintas raiva, não te permitas pensar em não desculpar ou… pensa somente em pensar no EP com amizade que sentias quando ele estava presente.